segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Hoje foi um dos dias mais tristes da minha vida (me arrisco dizer que o mais triste). E a pior sensação do mundo sobreveio: de não ter pra onde correr. De não ter pra onde fugir da dor. De olhar para os lados e ela estar ali.
Eu já chorei o dia inteiro. Tomei 6 remédios pra ver se dormia um pouco. Só consegui tirar um cochilo e olhe lá. A tormenta vem e não consigo fugir dela.
A decepção é grande. Muito grande. Invasiva, triste, massacradora. E o melhor é que ninguém se importa e acho que já estou ok com isso. Facilita pra mim.
Minha mãe me consolou e foi bom. Dois estranhos me consolaram e foi bom. Um motorista do uber me consolou e foi bom. Só que ainda sim não consigo me livrar da sensação de desapontamento comigo mesma.
Eu cheguei tão perto...

A vida é uma droga.

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Um postzinho meio down

Pois nem só de dias bons a vida é feita.
Ou melhor, de momentos.
Afinal, o dia não foi dos piores, mas o momento está sendo bem ruim.
E eu decidi vir aqui falar sobre isso pois se aqui eu não puder ser eu mesma, não sei onde...

Já tiveram a sensação de que, independente do que você faça, as coisas  sempre dão no mesmo fim? E pior: é um fim de merda.
Algumas coisas minhas parecem um eterno déjà vu. E sempre dá na mesma merda, sempre eu termino me sentindo tão mal e nunca melhora. Nesses momentos, com o coração pesado, eu penso: ok, para onde eu vou?
Eu ainda não faço terapia, mas sinceramente, eu gostaria de estalar os dedos e aparecer em um consultório, conversando com aquele profissional que talvez tenha uma outra visão a meu respeito. Afinal, eu não tenho.

As vezes eu me acho meio sem solução.
As vezes me acho um boneco quebrado que foi pela esteira errada e acabou na prateleira de bonecos novos. Então sinceramente, mesmo sem perspectiva, continuo indo.

Só que as vezes cansa, né?
São noites como essa.
Noites onde me dói muito ser uma pessoa cheia de expectativas. A única função dela parece ser me decepcionar.

O problema é que eu nunca me acostumo com essa decepção, apesar de esperar.
Então é bem isso. Dar umas choradinhas, sabendo que eu iria chorar, mas cada lágrima não sendo menos dolorosa.

Espero que você esteja tendo uma boa noite por aí.
Talvez as coisas melhorem amanhã.

Boa noite!

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Nós amamos nos dar desculpas

...melhor começarmos a nos dar motivos.

Tendo começado com essa reflexão digna de Lispector, lá vamos nós falar sobre assuntos pesados. Consegui parar o blog com uma só postagem. Eu sei! Eu sempre me supero!

Mas sou bem influenciada pelo meu humor. No dia seguinte a postagem, se não me engano, aconteceu uma coisa tristezinha: bombei na prova de direção mais uma vezinha (não sei a razão de tantos diminuitivos, mas prossigamos). É algo que vem me estressando muito por conta que a faculdade toma todo o meu tempo, além do próprio esforço que ela requer ─ ter que prosseguir com o processo de habilitação é algo que toma conta da agenda também. Além das duas falhas me desestabilizarem um pouco. E é assim que eu lido com a tristeza: olho profundamente para os olhos dela e ficando encarando durante um bom tempo. Enquanto isso a vida dá uma passada. E nisso vou me recuperando, nisso ela diminuí, nisso ela não me incomoda tanto. Infelizmente ainda não encontrei uma forma de ser proativa enquanto estou triste. Me desculpe, mundo capitalista. O seu tempo ainda me custa muito me adequar.

Pois bem, a tristeza passou, o desânimo não. Confesso que não é algo opcional, pois vou ter que fazer a prova mais uma vez, afinal, sobre todos os motivos, a lógica capitalista se coloca nos holofotes: uma boa quantia de dinheiro se foi nesse processo. Dinheiro dos meus pais, amados pais, que me sustentam nessa vida de faculdade integral. Isso me pressiona um tanto. Além do mais, tem toda a peripécia de realmente precisar de outro meio de transporte além do ônibus. 

Sejamos sinceros: ônibus é uma merda. Mas confesso que eu não odeio a experiência por completo.

Para ser sincera, ônibus me dá muita autonomia. Aonde meus pais não me levam, o passe escolar leva. O único problema é: ônibus tem horários. Horários que não seguem sua agenda, mas um horário próprio que consegue sempre ferrar com todo mundo. Além do mais, andar de ônibus produz em você um senso de humildade. Tá certo que te passa umas raivas, para alguns acontece uns barracos e nem vamos falar sobre assaltos...porém, você já conversou com alguém que nunca andou de ônibus? Tenho certa relutância com essas pessoas. Andar de ônibus é uma experiência de fazer parte da cidade. E a cidade é rápida, cansada, ocupada, exauriente, quente. Estar no coletivo nos faz perceber que mesmo tão juntos ─ e acredite, BEM JUNTOS ─ estamos completamente distantes. Se você olhar bem, vai ver que mesmo quando estamos em uma situação de encurralamento, nós somos seres completamente sós. Nem passar pelas mesmas coisas, pelas mesmas situações tão cansativas, faz com que tenhamos empatia uns com os outros. Há sim uma perca da noção de humano, dessa coisa que deveria nos nivelar. 

Na primeira aula do núcleo livre, a professora disse que a palavra solidão foi inventada na mesma época que o conceito de multidão. O homem experimentou essa famosa sensação de ter muitos ao seu redor e mesmo assim se sentir inevitavelmente só. 

Bom, como pode ver, andar de ônibus produz em mim muitas reflexões. Sou dessas que senta no mesmo banco sempre e fica olhando para fora. Muitas das minhas reflexões mais profundas começou nesse grande pedaço de metal barulhento que vai parando e colhendo e ao mesmo tempo deixando gente também. Já beijei dentro do ônibus. Já chorei dentro do ônibus. Já dormi dentro do ônibus (muita humanidade). Já passei raiva. Já tive ótimas conversas e péssimas conversas lá dentro. Já fiz amizades dentro do ônibus. Inclusive amizades mudas, daquelas que você nunca troca uma palavra com a pessoa, mas pegar a mesma linha no mesmo horário que ela todo santo dia produz um senso de identificação. 

E a vida vai seguindo. É bem triste morar em um país no qual você queira ter uma alternativa ao ônibus, mas é o que acontece e ao que estamos sujeitos. A lógica capitalista me empurra mais uma vez: demora demais chegar na faculdade por causa do ônibus. Todo dia eu tenho que entrar e sair dela em um horário diferente e a linha de ônibus não é bem compreensiva com a minha demanda. Então cá estou, tentando tirar essa carteira. Dizem que 3 dá sorte, então dessa vez vai (sim, vai sim). O meu número da sorte é 21, mas nesse caso...te dispenso, 21!

Até mais ver, marujos.

ps: troquei o nome do blog pois minha mãe me chama assim e achei a ideia interessante quando fui parar pra pensar. 

ps2: um adeus pra você, setembro de 2016! ♥



sábado, 24 de setembro de 2016

Você sabia que pó de café serve como esfoliante?

Aparentemente serve. Vi isso na internet.
Ah, eu amo a internet! E também amo escrever. E por amar essas duas coisas, quando elas permanecem simultâneas, nasce um blog.
Eu já tive uns 300 blogs e sempre desisto enquanto escrevo um post de apresentação. Há algo muito desestimulador em se identificar, em dar um monte de rótulos. Ainda mais para algo tão doido quanto viver. Viver é tão maluco  que me dá uma puta vontade de escrever. 
Eu sempre tenho medo de escrever sobre as coisas. Quem me conhece - quem me conhece? quem realmente me conhece?! - sabe que quando eu realmente preciso dizer como eu me sinto, eu só consigo fazer isso escrevendo um bom, velho e enorme texto. De alguma forma, na minha organização mental, quando eu escrevo estou legitimando as coisas (Freud explica?). Então sempre tomo cuidado ao escrever sobre a vida, apesar de ser refém das palavras. Elas são minhas donas. E eu particularmente amo isso. 
Então estou aqui, em uma madrugada de sábado - se você for metódico, considere domingo - tentando enganar a minha mente para que ela não pense que estou fazendo uma primeira postagem de um blog, pois se ela perceber, ela vai me fazer desistir. E eu não quero desistir. Eu quero continuar. Eu quero poder ter um espaço nesse mundo no qual todas as coisas estão mudando de forma tão veloz e poder chamar isso de meu. Me desculpe pelo egoísmo, mas eu preciso disso.
Então ao invés de criar um post me rotulando, posso escrever em um blog diversas vezes. E quem sabe um dia olho para isso tudo e me identifico? Olho e me vejo? Olho e penso "sou eu!"? Pois se tem algo que tem me dado muita alegria, é perceber que eu tô aqui. Viva. Respirando segundo após segundo. Construindo algo por mim (apesar das pinceladas da sociedade). De alguma forma, eu fiz isso durante dezenove anos. 
Já fui tanta coisa que nem sei. Já disse que não ia ser e acabei sendo. Já disse que ia ser e nem fui. Enquanto eu ia, eu fui. Enquanto pensava em ir, já tava indo. Tentava dizer que era, mas, coitada de mim, ignorando a volatilidade dessa vida: eu já tava sendo. Eu sou.
Apesar dos pesares, das lágrimas, dramas, raivas e todas as experiências de ser humano, me dá uma alegria pensar que eu tô fazendo parte dessa loucura. 
Então antes de ir embora, permitam-me deixar esse quadro. Nem sei muito sobre ele. Só sei que aparece no clipe da música Fucking Perfect da P!nk. Eu escutava essa música com 14 anos em uma tentativa de acender uma autoestima inexistente. Em algum momento posterior da vida fui rever o clipe. Olhei para o quadro e pensei "É exatamente quem eu sou!".
Então, leitor, leitora, eu mesma: eu não sei quem eu sou. Não sei quem eu vou ser. Tenho sérias em dificuldades em nomear quem eu fui. Nem me pergunta essas coisas pois já nem me interessa. Eu tenho firmeza nessas minhas andanças. Já domino essa coisa de parar de dar nomes e simplesmente viver. Então olha bem para esse quadro. Olha de verdade.
Essa sou eu!